Sinopse

Uma troca de cartas entre-tempos fabula um encontro fantástico entre Luana e seu pai, vinte e cinco anos após a sua morte. Ao encontrar uma carta escrita por Beto na juventude, Luana, aos 40 anos, inicia uma conversa epistolar com aquele jovem que ainda não se tornara seu pai. 

“A claridade do sol de um sábado me atravessa. Não são as noites de vigília ou a insistente insônia que compartilhamos que não me deixam ver. A claridade do sol de um sábado me ilumina por completo e passo a ver tudo. Passo a ver você, um jovem rapaz que eu não conheci. Suas palavras, que não são endereçadas a mim, me alcançam 25 anos depois de você ter partido. Você me conta sobre essas pessoas que eu não sei quem são. Tampouco você, eu saiba quem é. Beto? Que Beto? E você me confidencia o seu medo de envelhecer. Aos vinte e poucos anos você decretou a morte do seu menino. Mas apesar de mortos, os meninos ainda jogam juntos nas suas mentes, você me diz. Por quanto tempo ainda? Por quanto tempo os meninos já mortos ainda jogaram nas mentes dos homens? E nós dois, pai? Vamos voltar a jogar? Estamos jogando agora?”